A Amarsul no Re-Source: um caminho de enriquecimento e conhecimento

Uma porta que abriu horizontes e nos fará chegar mais longe na inovação. É este o balanço que a Amarsul faz da participação no programa Re-Source – programa que visa impulsionar a economia circular e a disrupção digital na gestão de resíduos de embalagens, promovido pela Sociedade Ponto Verde e gerido pela consultora de inovação colaborativa Beta-i.

A Amarsul encontrou neste programa a oportunidade para desenvolver um projeto-piloto, cofinanciado pela Sociedade Ponto Verde, e que visa otimizar a recolha de embalagens para reciclagem.

Do balanço feito por João Alexandre, Technical Support Engineering, por Nuno Lobato, Quality Environment Health Safety Manager, e por Susana Silva, Communication and Environmental Awareness Manager, emerge ainda a oportunidade de aprendizagem que resultou da interação com as várias startups envolvidas, nomeadamente com a Lixo, que apresentou a solução mais interessante para dar resposta aos desafios da Amarsul.

É João Alexandre, focal point deste projeto, que elenca esses desafios, apresenta o sistema municipal de tratamento de resíduos da península de Setúbal, dando a conhecer que a área central de negócio da Amarsul é a recolha seletiva e a triagem de embalagens de plástico e de metal, entre as quais o alumínio e as embalagens de cartão para alimentos líquidos (ECAL). Além disso, enquanto sistema em alta (sistema que realiza operações de valorização e tratamento de resíduos, ou seja, triagem, TMB ou aterro) recebe para valorização e tratamento os fluxos de resíduos indiferenciados e volumosos recolhidos pelos municípios. 

No que toca aos desafios, identifica três:
– Aumentar as quantidades de resíduos para valorização;
Reduzir a contaminação;
– Promover um maior foco de sensibilização junto do consumidor.
Sempre tendo como meta desviar o máximo de resíduos de aterro e encaminhá-los para valorização.

A resposta surgiria no âmbito do Re-Source, e “um livro em branco” que se abria perante a Amarsul: “Não tínhamos qualquer ideia, era impossível prever as propostas com que nos deparámos e a solução que nos propusemos implementar na fase final, após as interações com as diferentes startups”, comenta João Alexandre.

Descreve, a propósito, que foi um processo “bastante enriquecedor ao nível do conhecimento”, com uma partilha “bastante interessante” nas fases de brainstorming e desenvolvimento. As soluções apresentadas pelas startups envolvidas eram “muito diferentes umas das outras”. Mas, perante a atividade da Amarsul e os desafios que a levaram a candidatar-se, houve que dar prioridade a uma das soluções: a escolha recaiu sobre a da startup francesa Lixo, que apresentou uma nova forma de registar e reportar dados e melhorar a caracterização dos resíduos.

Não obstante a escolha, o responsável pela Área Técnica, Nuno Lobato, reconhece que um dos desafios para os quais a Amarsul procurava resposta – aumentar a quantidade de resíduos recolhidos – não foi correspondido. Porém, encontrou “claramente” resposta nos outros dois – reduzir a contaminação do material de recolha seletiva e identificar focos de sensibilização do consumidor.


Isto porque a Lixo propôs a adoção de tecnologias que permitem otimizar a recolha, bem como preparar, a jusante, as unidades de tratamento para o material que vai ser recebido e identificar, em tempo real, necessidades de formação e otimização da produção.

A par da identificação desta solução, a interação com as startups envolvidas no Re-Source constituiu uma oportunidade interessante de aprendizagem para a equipa da Amarsul. Desta experiência, João Alexandre destaca a disponibilidade dos interlocutores e a vontade de conhecerem o conceito da empresa, “mesmo sendo startups internacionais com realidades de produção, de tratamento e de recolha de resíduos diferentes das que estão implementadas em Portugal”. E, neste contexto, destaca, igualmente, o envolvimento da gestão de topo da Lixo, à semelhança do que aconteceu na Amarsul.

A concluir, João Alexandre deixa uma nota: “Sabemos que trabalhamos bem e muito, mas da mesma forma, os resultados podem não dar o salto de que necessitamos”. Daí a busca por formas inovadoras de trabalhar, fosse nos procedimentos, nas tecnologias, nos equipamentos. Foi o que a Amarsul procurou no Re-Source.

Uma mensagem reforçada por Susana Silva, responsável pela comunicação e sensibilização: “Estamos tão focados na nossa atividade diária que, quando surgem estes desafios, temos a possibilidade de aplicar todo o know-how, com a diferença de que temos o input de entrarem novos parceiros que nos ajudam a direcionar para outras soluções.”

Sublinhando, igualmente, a interação “saudável, positiva e dinâmica”, considera que “ganhar uma candidatura destas facilita a mudança de mindset, abrir horizontes, introduzir inovação”. 

E, recordando que a Amarsul faz a recolha e tratamento de resíduos de nove municípios, servindo mais de 800 mil habitantes, conclui: “Claramente precisamos de projetos como este, que alavancam e promovam uma maior eficiência do serviço público que prestamos à população.”

Saiba mais sobre a segunda edição do Re-Source aqui.